Não sei quando foi que construimos os muros de gelo que nos afastam cada vez mais um do outro...
Estamos constantemente numa guerra fria, sempre a tentar atingir o outro. Somos inimigos numa batalha silenciosa, em que, mais do que as palavras, a aparente indiferença é a arma mais poderosa.
Dizes que me adoras ao mesmo tempo que me apunhalas o coração, e eu digo que não te quero ao mesmo tempo que desespero pelo teu abraço; e no meio de tudo isto continuamos a atirar pedras enormes um ao outro, é um impulso que já não conseguimos controlar, é um prazer sádico que se vem arrastando..
Somos demasiado orgulhosos para ceder e demasiado mórbidos para largar e partir para outra.
Tens a capacidade de me desligar o coração e congelar a alma como a tua indiferença, e eu consigo tirar-te do sério e preencher-te com ódio..
Não sei quando nem porquê que construimos estes muros de gelo... que nos cercam... afastam-nos um do outro mas não nos deixam partir... mas gostava que me abraçasses... só esta noite... amanhã voltarei a ser a tua Mrs Smith...