Se os olhos não vêem o coração não sente. Não é inteiramente verdade, mas pelo menos suaviza. Do mal o menos.
Tem sido relativamente facil chegar ao final do dia e não ver o cinza metalico do teu carro estacionado à minha porta. Apesar de saber que o jantar me saberia melhor se partilhado contigo, que o filme teria uma outra profundidade quando partilhado contigo. Sabes, tenho saudades de ir ao cinema contigo, de ver o filme e comenta-lo. Contigo não precisava de pipocas. Hoje não consigo ir ao cinema sem pipocas, deve ser da falta de companhia.
Tenho ido ao cinema sozinha, como é obvio evito determinados filmes, que não fazem sentido com a tua ausencia. Mas em todos os filmes que veja estás lá. Estas sempre lá... E aqui.
Estás em todas as músicas, estas naquela cadeira pequenina do escritorio onde te sentavas a olhar para mim enquanto falava de coisas importantes ao telefone e estás na Tagliatelle do Pasta Caffe.
Mas a vida vai continuando, mais ou menos cinzenta, contigo ou sem ti. Se os olhos não vêem o coração não sente. Não me contento. Mas sobrevivo relativamente bem sem as tuas mãos na minha cintura e a tua boca no meu pescoço.
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