Fica a saber que, da próxima vez, não vou cair a teus pés, nem pedir-te que me ames. Vou manter a pele intacta, sem qualquer franzir, qual boneca de porcelana.
A tua boca vai chamar por mim e eu vou fazer ouvidos moucos, não quero saber do sabor a mentol dos teus beijos, nem do cheiro a Hugo Boss do teu pescoço.
Fica a saber que não és o mundo para mim, és apenas uma recordação num baú cheio de pó, arrumado num canto do sótão, de que apenas me lembrarei no final da vida, velhinha, rodeada pelos meus netos a contar as minhas loucuras de juventude.
Loucura, fica a saber que não passaste de um momento de devaneio, foste a panaceia da dor do vazio, e que o vazio de hoje é mais cheio do que de ontem.
Fica a saber que aprendi a viver sem ti, que as tuas dores fortaleceram-me; que agora sou morena, de lábios vermelhos e vestido preto, vamp, unhas escuras e sem medo de nada, nem de ninguem.
Fica a saber...
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