Devolve as palavras que suavemente tirei do meu coração para tas dar. Devolve-as porque são minhas e apenas minhas.
Há palavras que são só nossas, pensamentos e sentimentos que nos pertencem e que só deviamos partilhar com o principe encantado... Mas não há principes, só sapos, como tu. Eras um principe que se transformou num sapo.
Por isso quero que me devolvas as palavras que são minhas e que, por engano, tas dei no meio do trânsito com a chuva a molhar-nos o rosto. Enganaste-me, e atraiste-me para o teu plano ardiloso. Roubaste-me as palavras, o meu tesouro mais precioso, as minhas palavras, que usaste para alimentar o teu ego. E agora mostras a toda a gente as palavras que te dei, como se de um troféu se tratasse.
Mas são minhas, e as palavras, quando nos são arrancadas por engano de nada valem. Porque só as palavras sentidas e acarinhadas é que reluzem como ouro, e as minhas estavam estavam viciadas. Houve um erro sobre os motivos, que recaiu sobre as circunstâncias que constituem a base do negócio, e por isso, nos termos do art.º252.º do Código Civil, quero a resolução do nosso contrato.
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