Pus-te numa caixinha de cartão amarela pequenina para me poder levantar de manhã... Reduzi-te a um ser mesquinho, mentiroso e aproveitador. Retirei-te todas as qualidades, adicionei-te os mais diversos defeitos e multipliquei-os por cinco.
Isto porque quando entraste naquele comboio levaste contigo todos os meus desejos, sentimentos, esperanças e deixaste um espaço vazio naquele sitio a que chamam coração...
Meti-te dentro de uma caixinha de cartão amarela, da cor da angústia, para não mais te tirar de lá. Preciso que fiques lá quieto com todos oa defeitos adicionados e multiplicados para que a minha vida continue a correr devagar e plana, sem sobressaltos e para que eu não me lembre dos teus olhos e da tua mão na minha...
Mas a verdade é que não consigo guardar a caixinha amarela no fundo da estante das memórias, porque é o teu olhar que eu anseio ver todas as manhas...
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